
Dermatite atópica
A dermatite atópica é caracterizada por lesões de ressecamento na pele, além de coceira intensa. A dermatite é uma doença que pode trazer prejuízo social e psicológico ao paciente, pois além de apresentar feridas, a coceira persistente pode interferir no sono e no rendimento escolar ou profissional.
A dermatite atópica é uma doença inflamatória crônica caracterizada por períodos de melhora e piora, com lesões ressecadas e que coçam bastante. As lesões apresentam localização típica de acordo com a idade do paciente.
A causa é resultado da interação de uma série de fatores: susceptibilidade genética (história familiar), fatores ambientais, psicológicos, sociais, defeitos na proteção da pele, além dos fatores imunológicos.
A lesão clássica é o eczema, caracterizado por coceira, vermelhidão, pápulas, vesículas (bolhas) e crostas.
O ressecamento da pele é frequente. As lesões podem funcionar como porta de entrada para infecções, como bactérias e fungos.
O diagnóstico é feito através de uma avaliação clínica e do exame físico. Na tentativa de identificar o agente causador pode ser realizado o Prick test, dosagem de IgEs no sangue e o teste de provocação oral, quando necessário.
O tratamento consiste em afastar os fatores irritantes e desencadeantes, hidratação rigorosa da pele, e combate a inflamação com o uso de medicamentos, como: corticoides de uso tópico, imunossupressores e antialérgicos.
Antibióticos só devem ser utilizados quando houver infecção bacteriana.
Atualmente, os chamados de anticorpos monoclonais e os inibidores de pequenas moléculas têm sido indicados para os casos de dermatite atópica moderada a grave, que não tenham apresentado resposta aos tratamentos habitualmente recomendados.
É muito importante ter a certeza do diagnóstico correto feito pelo especialista, levando em consideração a gravidade dos sintomas, a idade do paciente e seu histórico clínico.

Urticária
A urticaria é caracterizada por placas avermelhadas na pele, que coçam bastante e mudam de lugar. Existem diversas causas de urticaria, desde causas simples com resolução espontânea, até causas mais complexas, que necessitarão de um acompanhamento mais prolongado.
A urticária é uma condição caracterizada por erupções cutâneas de coceira intensa e elevações avermelhadas na pele com ou sem angioedema (inchaços), conhecidas como “urticárias” ou “placas”. Essas erupções podem variar em tamanho e forma, aparecendo e desaparecendo em diferentes áreas do corpo.
A urticária ocorre devido à liberação de histamina e outras substâncias químicas pelo sistema imunológico em resposta a alergias, infecções, estresse, calor, picadas de insetos ou certos alimentos e medicamentos.
Existem dois tipos principais de urticária: aguda e crônica. A urticária aguda dura até seis semanas, enquanto a urticária crônica persiste por mais de seis semanas e pode ter causas mais complexas, como distúrbios autoimunes ou genéticos. Além disso, a urticária crônica pode ser idiopática, ou seja, sem uma causa aparente identificável.
Em casos alérgicos mais graves, a urticária aguda pode causar inchaço nos lábios, olhos e garganta, levando a problemas respiratórios ou anafilaxia, uma reação alérgica potencialmente fatal.
O tratamento da urticária envolve a identificação e evitação dos gatilhos, quando possível. Antialérgicos são frequentemente prescritos para aliviar os sintomas e reduzir a liberação de histamina. Nos casos mais graves, outras terapias são adotadas.
Para a urticária crônica espontânea, outras opções de tratamento, como medicamentos imunossupressores ou terapias biológicas, como o omalizumabe, podem ser consideradas.
O acompanhamento com o alergista é essencial se você suspeitar de urticária, especialmente se os sintomas forem graves ou recorrentes. Um diagnóstico preciso ajudará a determinar o tratamento mais adequado para controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Dermatite de contato
A dermatite de contato pode levar a lesões crônicas na pele com inchaço, vermelhidão, ardência e ressecamento. Descobrir o agente causador é fundamental para controle e prevenção de novas reações.
A dermatite de contato é uma inflamação da pele que ocorre após o contato com alguma substância ou objeto irritante, como cosméticos, perfumes, sabonete, produto de limpeza ou bijuteria, por exemplo.
Os principais sintomas são vermelhidão e coceira, descamação e pequenas bolinhas, inchaço, feridas na pele e ressecamento no local. As lesões podem surgir alguns minutos ou até 3 dias após o contato com o objeto ou a substância causadora.
De acordo com o agente responsável pela reação, os sintomas podem aparecer em diferentes partes do corpo, como por exemplo no rosto, em caso de alergia à maquiagem, ou na orelha no caso de alergia a perfume ou bijuteria.
O diagnóstico da dermatite de contato pode ser realizado através da história e exame físico, e complementado com o Teste de Contato (Patch test) para identificar a substância causadora.
Existem dois tipos de dermatite: alérgica e irritativa. A dermatite alérgica é causada por uma reação de hipersensibilidade a certos agentes alérgenos e os sintomas costumam aparecer cerca de 48 a 72 após a exposição ao agente causador.
A dermatite irritativa geralmente é causada por um efeito tóxico direto na pele por irritantes mecânicos, físicos ou químicos que afetam a função da barreira de proteção da pele, causando uma reação inflamatória não alérgica. Os sintomas podem surgir após o contato imediato com o agente irritante ou após meses de contato crônico com a substância. Os agentes mais comuns são os detergentes, sabões e álcool.
O tempo de tratamento pode variar de acordo com a intensidade dos sintomas, causa e tipo da dermatite, ou seja, se irritativa ou alérgica, podendo variar entre dias e semanas. Pode ser realizado através de antialérgicos orais e pomadas no local.
É importante que a causa da dermatite seja identificada, pois assim é possível evitar o objeto ou a substância irritante e, consequentemente, prevenir os sintomas.

Alergia a insetos ou estrófulo
A alergia a picada de insetos pode ocorrer em qualquer idade, porém é mais comum em crianças. As feridas causadas pelas picadas levam a uma coceira persistente, além de manchas na pele, com prejuízo na qualidade de vida do paciente. O tratamento deve ser feito com a imunoterapia ou vacina de alergia.
Estrófulo é uma reação de hipersensibilidade (alergia) a antígenos existentes na saliva de insetos provocando reações alérgicas na pele. Os insetos mais comuns são os mosquitos (pernilongos), pulgas e carrapatos.
A coceira é intensa e ocorre devido a liberação de toxinas no momento da picada, apenas uma picada pode desencadear várias lesões ao redor e estas podem durar semanas ou meses.
O ato de coçar pode provocar o aparecimento de infecções secundárias sendo necessário o uso de antibiótico tópico ou oral. A coceira e as manchas hipocrômicas (brancas) ou hipercrômicas (escuras) das lesões levam a um prejuízo na qualidade de vida, podendo causar distúrbios do sono e isolamento social.
A alergia à picada de insetos, como pernilongo, tem início entre 1 e 2 anos de vida, mas poderá ser mais precoce em pacientes intensamente expostos a esses insetos. Com o passar dos anos o tipo de reação alérgica à picada de inseto se modifica até que ocorra a cura por volta dos 10 anos de vida.
Geralmente as regiões expostas do corpo são as mais acometidas quando o inseto causador é “voador” (mosquitos e pernilongos), sobretudo região de pernas e braços.
O diagnóstico de alergia à picada de insetos é feito basicamente pela história clínica e exame físico. O tratamento mais eficaz para o prurigo estrófulo é evitar as picadas, deste modo, a orientação de medidas ambientais é muito importante:
⦁ Manter as unhas cortadas.
⦁ As roupas podem ser uma barreira física quando são usadas mangas longas e calças compridas em locais de maior exposição.
⦁ Instalação de telas nas janelas e portas ajudam impedir a entrada de insetos voadores.
⦁ Nos períodos do nascer e do pôr do sol as janelas devem ficar fechadas, pois é neste horário que os insetos procuram refeição.
⦁ Ambiente climatizado com ar-condicionado é uma forma eficaz de afastar os mosquitos.
⦁ A dedetização por empresa especializada é recomendada, seguindo-se todas as orientações de tempo de afastamento da casa e limpeza após a dedetização.
⦁ O uso de repelentes elétricos é benéfico e reduz a entrada de insetos voadores quando colocados próximo de janelas e portas, devendo ser tomado o cuidado com os repelentes líquidos que podem ser retirados da tomada pela criança e acidentalmente ingeridos.
⦁ Limpar o terreno da casa e, se possível, de lotes ou casas próximas, além da retirada do lixo e entulhos que possam acumular água parada que servem como criadouro de insetos voadores.
⦁ Os animais de estimação devem ser tratados por um veterinário para eliminar pulgas.
⦁ A utilização de repelentes pode auxiliar na prevenção.
O uso de antialérgico e pomadas auxiliam para amenizar o desconforto, mas a imunoterapia é o tratamento mais indicado, na forma sublingual ou injetável, ela atua na causa podendo levar a cura da doença.